sexta-feira, 29 de junho de 2012

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Depois de muita pressão da sociedade civil, a comissão especial do Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10) aprovou ontem (26) a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do País em políticas da área no período de 10 anos. A conquista foi bastante comemorada pela CNTE, que promoveu ampla mobilização pelo percentual e acompanhou todo o processo de votação da matéria, desde o início. "Foi uma vitória da mobilização organizada, da persistência, dos que nunca desistem e que sabem que é importante a pressão sobre o parlamento de uma maneira democrática. Vitória da CNTE, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, enfim, uma vitória de quem defende a educação pública de qualidade, socialmente referenciada", afirma o presidente da Confederação, Roberto Franklin de Leão.
A sessão da Comissão Especial do PNE começou com atraso. Para garantir que fossem analisados os destaques à meta 20 do Plano, que possibilitavam o aumento do investimento de 8% para 10% do PIB, alguns parlamentares abriram mão de apresentar seus destaques referentes às outras metas. A reunião chegou a ser interrompida às 17h30 para que os deputados comparecessem à Ordem do Dia, mas foi retomada em seguida. A ideia era que a votação dos 10% não fosse adiada. Tudo foi acompanhado em uma sala lotada por representantes de entidades da sociedade civil e estudantes, que cantavam e faziam coro para que a votação não fosse deixada para outro dia.
Oito destaques apresentados ao relatório do deputado Angelo Vanhoni sugeriam aumentar a meta de investimento na educação. No final, os parlamentares acordaram que apenas o destaque apresentado pelo deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) seria apreciado. No texto aprovado, o governo se compromete a investir pelo menos 7% do PIB na área nos primeiros cinco anos de vigência do plano e 10% ao final de dez anos.
Angelo Vanhoni, que chegou a sugerir a aplicação de 8% do PIB em seu último relatório, apoiou a proposta de última hora. Apesar de ter votado pelos 10%, ele voltou a afirmar que os 8% seriam suficientes para uma melhoria significativa da educação no País. "Contudo, não compete ao relator ir de encontro a 99% da comissão especial", avaliou.
O autor do destaque aprovado, o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) acredita que a alternativa teve apoio do governo porque oferece flexibilidade na gestão orçamentária. Isso porque outras propostas previam metas intermediárias ano a ano. A proposta aprovada segue agora para o Senado.
Para Roberto Leão, a mobilização da sociedade civil e dos parlamentares favoráveis aos 10% é a prova de que há condições políticas para realizar o investimento, ao contrário do que pensa a área econômica do governo. Mas o presidente da CNTE alerta que a sociedade deve estar vigilante para que esse investimento realmente se reverta em melhorias na educação pública. "Temos que estar atentos para que não haja nenhum desvio no meio do caminho. Para que possamos efetivamente ver esse dinheiro lá na ponta, na escola, ajudando a melhorar as condições do trabalho, do ensino e aprendizagem, de carreira dos professores, ver o piso salarial profissional efetivamente colocado em prática e ver uma educação pública com a qualidade que estamos sonhando", afirma.
Sobre a tramitação do PNE agora no Senado, Leão acredita que a matéria não obterá resistências naquela casa. "Creio que os senadores serão sensíveis e não vão votar contra aquilo que já foi decidido na Câmara e que foi resultado da pressão popular. Não só os 10%, mas todo o PNE precisa ser resolvida este ano para ser colocado em prática a partir de 2013 para que tenhamos um Norte que dê luz à educação brasileira", conclui. (CNTE, 27/06/12)


domingo, 24 de junho de 2012

Sind-UTE/MG inicia campanha de outdoor no Estado.


O Sind-UTE/MG iniciou, na primeira quinzena de maio deste ano, a campanha de outdoor denunciando os problemas vividos pelos/as trabalhadores/as em educação de Minas Gerais. A primeira cidade a veicular as placas foi Diamantina. Agora é a vez de Governador Valadares.


R. Bárbara Heliodora
Governador Valadares - MG



R. Bárbara Heliodora
Governador Valadares - MG



R. Sete de Setembro
Governador Valadares 

R. Sete de Setembro
Governador Valadares - MG

R. Sete de Setembro
Governador Valadares - MG



R. Bárbara Heliodora
Governador Valadares - MG

R. Bárbara Heliodora
Governador Valadares - MG

Omar Magalhaes,Governador Valadares, MG.

Omar Magalhaes,Governador Valadares, MG.

Omar Magalhaes,Governador Valadares, MG.

Reivindicações dos aposentados. Dia 28 de Junho.



Aposentados(as),

                         Conforme deliberação da Assembleia Estadual realizada em 16/06, realizaremos um dia de mobilização na Superintendência Regional de Ensino de Governador Valadares. A atividade será no dia 28 de junho às 14:00h na sub-sede do Sind-UTE onde serão passadas algumas orientações e em seguida iremos em direção a secretária de ensino onde será realizado o movimento. 
                         O  objetivo desse ato, é denunciar a situação de salário e desvalorização da carreira dos servidores aposentados. Durante a mobilização os/as aposentados/as protocolarão requerimento para modificação da sua vida funcional.


EXMA. SRA.
ANA LUCIA GAZZOLA
SECRETÁRIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS


Eu, __________________________________________funcionário (a) público (a) aposentado (a), MASP___________, residente e domiciliado na___________________________________________________________________________________________________________________________________________venho expor e requerer o seguinte.

No início do presente ano, recebi uma correspondência do Governo Estadual, informando o meu reposicionamento, o valor do subsídio, e o valor correspondente a diferença salarial, após aplicação da tabela com o novo vencimento básico, escalonado até 2015, o registro do meu tempo de serviço e o percentual de reajuste com o qual serei contemplado (a) até 2015.

Sendo assim, solicito os seguintes esclarecimentos:

Qual a metodologia utilizada para que eu fosse reposicionado (a) neste grau?

Qual o cálculo elaborado para apontar o valor do meu subsídio hoje e nos anos subsequentes?

Qual o cálculo efetuado para afirmar o percentual da diferença até 2015?

Para conhecimento dessa Secretaria, informo que meu afastamento/aposentadoria se deu com _________ tantos anos de serviço, no cargo_____ nível_______, no grau _________ no ano de _________.

Diante do exposto, venho requerer a imediata correção do meu reposicionamento e dos valores aos quais tenho direito.
           
Tal requerimento se faz com fundamento no art. 5.º, inciso XXXIV, letra “b”, da Carta da República.
Pede deferimento.
__________________________________________
Assinatura

Belo Horizonte, _____de________ de 2012.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

SIND-UTE/MG DISCUTE 1/3 DA JORNADA

Aconteceu, nessa quinta-feira (21/06), nova reunião do Sind-UTE/MG com as Secretarias de Estado de Educação e de Planejamento e Gestão. A pauta foi o cumprimento da Lei Federal 11.738/08, no que se refere à jornada do professor. A Lei Federal estabeleceu que “na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os educandos.”

Na rede estadual de Minas Gerais, o/a professor/a tem carga horária de 24 horas, sendo que 18 são de regência, não cumprindo a legislação federal.

A proposta apresentada pelo Governo foi de estabelecer 16 horas em sala de aula e 8 horas em atividade extraclasse. Para implementar a proposta, o governo apresentou os seguintes pontos:

- alteração da Lei Estadual 15.293/04 para a nova organização da jornada;
- publicação de um Decreto com a regulamentação da jornada;
- a meta seria utilizar o quadro existente de professores;
- seria dada a opção de extensão de jornada para suprir as demandas de aulas que surgiriam com a aplicação da lei;
- dentro da extensão de jornada seria aplicada a proporção para garantir o tempo extraclasse;
- na base de cálculo para aposentadoria seriam incluídas a extensão de jornada e a exigência curricular;
- a extensão de jornada seria oferecida a 100% dos professores em efetivo exercício da docência.

Pela proposta apresentada a extensão de jornada seria opcional, mas a  Secretaria de Educação trabalharia para que o professor mantivesse a sua jornada de regência atual, compensando o que faltar com extensão de jornada e aumento do módulo II.

O Sindicato questionou como seria o cumprimento do módulo II a partir destas alterações. A Secretaria não apresentou proposta, afirmando que é preciso um detalhamento de como seria cumprida a jornada extraclasse, que ela não teria para apresentar neste momento.

O Sind-UTE/MG também questionou como seria a jornada do professor dos anos iniciais e a Secretaria afirmou que seria com o mesmo parâmetro do que foi apresentado para os anos finais dos Ensino Fundamental e Médio.

O Sindicato também questionou qual o quadro de contratação necessário para cumprir a jornada extraclasse e o impacto financeiro da proposta e o governo afirmou que não tinha os dados naquele momento, mas se comprometeu em enviá-los.

Outro problema apontado pela entidade diz respeito ao quadro de escola. Desde dezembro de 2011 o Sindicato tenta discutir a organização do quadro de escola com a atual Secretaria de Educação, mas a opção sempre foi de ignorar o olhar da categoria na definição de algo que a atinge diretamente. A Resolução 2.018 tem vigência até julho, mês em que as questões relacionadas à jornada do professor não estarão concluídas, na opinião do governo. Isso significa que a Resolução terá sua vigência prorrogada, mas conseguimos o compromisso de que uma nova Resolução de Quadro de Escola será discutida com o Sindicato.

A direção do sindicato afirmou que é necessário discutir a proposta com os dados solicitados e com as minutas de projeto de lei e de Decreto, para que se possa discutir com a categoria e fazer novas propostas. Assim que as minutas forem enviadas, será agendada nova reunião.

Férias-prêmio

O Sindicato cobrou a nova proposta de resolução, que seria feita a partir dos questionamentos já apresentados pelo Sind-UTE/MG ao governo em reunião realizada no dia 18/06. A proposta será apresentada até o dia 29/06.

Demandas pendentes

O Sind-UTE/MG apresentou várias demandas pendentes à Secretaria que assumiu o compromisso de responder:

01) nova proposta de Resolução sobre férias-prêmio, a partir do que foi discutido na reunião do dia 18/06;

02) o ofício GSA 00190212, que retornou questionamento do Sindicato a respeito da Auditoria Setorial na Superintendência Regional de Ensino de Janaúba e não esclareceu quais as providências foram tomadas, diante das denúncias feitas. Além disso, as práticas denunciadas continuam sendo adotadas.

03) suspensão do ofício circular 81/12 (sobre reposição da greve nacional), solicitada em 31/05;

04) o ofício CG 1576/12, que tratou sobre o pagamento dos dias repostos da greve de 2011 e relatou problemas de pagamento. Não tivemos retorno se os mesmos já foram solucionados;

05) a reposição dos servidores das Superintendências Regionais de Ensino (Muriaé, Pouso Alegre e Leopoldina), relatadas no ofício 160 não foi encaminhada.

06) não tivemos retorno a respeito dos problemas de afastamento da docência, previsto no artigo 152 do Estatuto do Magistério, relatados no ofício 162. É importante ressaltar que foi orientação de SRE a utilização de tempo de regência de rede municipal para cumprimento do requisito ,previsto na legislação estadual;

07) retorno da correção de pagamento de reposição da greve relatada no ofício 174;

08) retorno dos questionamentos a respeito do reposicionamento previsto na Lei Estadual 19.837/11, apresentados durante a reunião realizada no dia 04/06;

09) retorno do ofício 167, que solicitou o cancelamento dos Processos Administrativo Disciplinares, instaurados sem justificativa;

10) a respeito da política de organização de turmas multisseriadas - após o levantamento feito pela Secretaria de Estado da Educação não foi proposto nenhum encaminhamento para acabar com estas turmas;

11) a respeito da aposentadoria, o Sindicato questionou a demora para a publicação deste direito, demanda que ainda não foi discutida;

12) resolução do problema de fusão de turmas na Escola Estadual Henrique Diniz, encaminhado à Secretaria em 31/05;

13) retorno da pauta de reivindicações já protocolada junto às Secretarias de Estado da Educação e de Planejamento e Gestão.

Próxima reunião
16/07: discussão da pauta de reivindicações.


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Governo de Minas apresenta proposta para implementar jornada extraclasse de 1/3 na educação básica
Qui, 21 de Junho de 2012 17:52


Proposta prevê que valor referente à extensão de carga horária para cumprimento de exigência curricular, que será opcional, será incorporado aos proventos de aposentadoria
O Governo de Minas apresentou, na tarde desta quinta-feira (21-06), aos diretores do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), integrantes da comissão de negociação, proposta que amplia a porcentagem da carga horária dos professores destinada a atividades extraclasse de 25% para 33,3%. A proposta do Governo atende a Lei Federal 11.738/2008 em relação à carga horária extraclasse do professor de educação básica.
Com a proposta de ampliação da jornada dedicada às atividades extraclasse, o Governo de Minas cumpre na íntegra a Lei Federal 11.738/2008, que instituiu o piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica e também estabelece a nova jornada de atividades na escola, mas fora das salas de aula.
No início deste ano, com a implantação do Modelo Unificado de Remuneração, o Governo de Minas assegurou remunerações acima do piso nacional da educação. Nos cargos de professor da educação básica com formação em curso superior, nível de ingresso inicial na carreira atualmente, a remuneração mínima é de R$ 1.386,00 para uma jornada de trabalho de 24 horas semanais.
O valor é, proporcionalmente, 59,2% maior do que o valor do piso nacional salarial estabelecido pelo Ministério da Educação, que é de R$1.451,00 para uma jornada de 40 horas semanais.


Proposta de implementação do 1/3 da jornada foi apresentada em reunião. Foto: ACSSEE

Proposta de implementação do 1/3 da jornada foi apresentada em reunião. Foto: ACSSEE
Proposta
A proposta do Governo de Minas mantém a carga horária em 24 horas semanais. Atualmente, o professor em exercício ministra 18 horas/aula por semana e outras seis horas são destinadas às atividades extraclasse. Segundo a proposta do Governo, depois de regulamentada, a nova jornada significará uma carga de trabalho de 16 horas semanais em sala de aula e oito horas para as atividades complementares, de planejamento e organização das aulas.
Confira proposta apresentada ao Sindicato durante a reunião
A mudança não implica alteração no valor da remuneração recebida. A remuneração de 1/3 da jornada extraclasse será efetuada dentro do Modelo Unificado recebido pelos servidores na carga horária total de admissão.
Exemplo para professor da educação básica no início da carreira (servidor nível I, grau A):



Pode acontecer que a redução da jornada em sala de aula – de 18 para 16 horas – gere uma necessidade de complementação da carga horária. Nesses casos, ressalvados os procedimentos legais para o cumprimento da exigência curricular, o docente poderá optar pela extensão da carga horária. De acordo com a proposta apresentada, os valores referentes à extensão da jornada serão incorporados aos proventos de aposentadoria.


Encaminhamento
Com a nova regulamentação aprovada, serão implementados os ajustes necessários para a organização dos quadros funcionais das 3.762 escolas do Estado e efetivação da ampliação da jornada extraclasse. Hoje, em Minas Gerais, 25% da jornada é dedicada às atividades extraclasse.
Durante a reunião, realizada na Cidade Administrativa, entre 14h30 e 16 horas, o sétimo encontro deste ano entre o governo e a entidade sindical, os representantes do Estado esclareceram que a implantação da nova carga horária para a jornada extraclasse está condicionada à aprovação de projeto de lei. Depois de apresentar a proposta ao Sind-UTE/MG, o próximo passo do executivo estadual é elaborar o projeto de lei e encaminhá-lo à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que irá analisar a matéria.
Pelo Governo de Minas, participaram a secretária adjunta, Maria Sueli Pires, a subsecretaria de Informações e Tecnologias Educacionais, Sônia Andere Cruz, da Secretaria de Educação (SEE); a subsecretária de Gestão de Pessoas, Fernanda de Siqueira Neves, da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), e a chefe de gabinete do Escritório de Prioridades Estratégicas, Mônica Bernardi. Pelo Sind-UTE/MG, compareceram a coordenadora Beatriz Cerqueira e as integrantes da Comissão de Negociação, Feliciana Saldanha e Lecione Pereira.

 Fonte: 
https://www.educacao.mg.gov.br/imprensa/noticias/3166-governo-de-minas-apresenta-proposta-para-implementar-jornada-extraclasse-de-13-na-educacao-basica

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Assembleia Estadual reafirma luta dos/as trabalhadores/as em educação



Uma grande celebração da luta pelo Piso Salarial, valorização da carreira e qualidade na educação pública foi o marco da Assembleia Estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), realizada no último dia 16/06, na Praça Benedito Valadares, em Divinópolis, região Centro-Oeste do Estado.
A cidade, que este mês comemora o seu centenário, recebeu também a celebração de outra importante data para os/as educadores/as: há um ano, era deflagrada a histórica greve dos trabalhadores em educação (em 8 de junho de 2011), e que durou 112 dias. Foi a maior greve da categoria mineira em termos de tempo, número, disposição para luta e resistência.
E para que a data entre para a memória da luta dos trabalhadores em educação como ícone de mobilização, o Sind-UTE/MG lançou, durante a Assembleia, material sobre o movimento. O objetivo é propor um diálogo com a comunidade escolar e a sociedade em geral, e, por meio de uma cronologia, apresentar os principais fatos que marcaram a greve de 2011 e os direitos reivindicados pela categoria - os quais foram negados pelo Governo, sobretudo, ao descumprir o acordo assinado.
“Precisamos celebrar a data. Quem cuida da memória coletiva de luta é a própria categoria.  Devemos nos manter fortes e unidos e continuarmos na luta pela implantação do Piso Nacional. Nossa greve histórica de 2011 representa uma vitória, pois, mostramos a nossa capacidade de mobilização e enfrentamento ao Governo por 112 dias. Nós vimos que somos capazes de fazer frente e reivindicar o que é nosso por direito”, afirmou a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira.
Segundo a diretora do Sind-UTE/MG e secretária de Organização da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marilda de Abreu Araújo, a mobilização em Divinópolis representa um preparo da categoria a novas paralisações. “Sei da importância política que é realizar uma Assembleia da nossa categoria em Divinópolis. As pessoas estão com bastante ímpeto para a luta e para fazer um embate com o Governo de Minas para exigirmos o que nos é de direito”, afirmou.
Opinião semelhante foi compartilhada pela professora e diretora do Sindicato, Idalina Franco de Oliveira. “Saímos daqui fortalecidos, ao fazermos nossa Assembleia Estadual nessa cidade, mostramos ao governador e demais líderes que nossa categoria não esmorece e está, cada vez mais, unida e atuante”.
 Debate sobre Assédio moralPela manhã, o Conselho-Geral - composto por lideranças e subsedes do Estado - se reuniu no auditório da Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis, no centro da cidade. Lá, os educadores discutiram a Lei Complementar 116/11 que regulamentou a questão do assédio moral no estado. O advogados do Departamento Jurídico do sindicato apresentaram os pontos mais relevantes da legislação.
Foram relatados casos de perseguição do Governo do Estado aos profissionais da educação e vários representantes das regionais puderam expor suas vivências sobre essa triste prática coerciva que o Governo do Estado adota nas escolas. Os casos relatados sobre a atuação de depreciação sofrida pelos profissionais da educação durante perícias médicas foi assustador. O Sind-UTE discutirá esta questão com a Secretaria de Planejamento e Gestão.
A partir do debate realizado durante o Conselho Geral, o Sind-UTE organizará uma campanha contra a prática de assédio moral nas escolas.
Atividade culturalAntecedendo à realização da reunião e composição plenária dos/as trabalhadores/as em educação para a votação das propostas e encaminhamentos, os/as educadores/as realizaram várias atividades culturais, coordenadas pelo Departamento de Formação Pedagógica e Sindical do Sind-UTE/MG.
Quem passava pela Praça Benedito Valadares, no centro de Divinópolis, parou para ver e ouvir as manifestações artísticas, que desta vez homenageavam os 100 anos da cidade e os poetas da região Centro-Oeste. As apresentações se iniciaram com poemas e declamações.
Em seguida, os/as educadores/as subiram ao palco e, com grandes faixas de tecido, mostravam as cores que representam a história da luta da categoria em Minas Gerais. O vermelho, simbolizando a CUT-MG, o branco, a CNTE, e o azul, o Sind-UTE/MG, eram brandeados sob os aplausos do público.
Para retratar a história da luta pelo Piso Nacional e o descumprimento do acordo por parte do governo para com os profissionais da educação, foi formada uma ‘colcha de retalhos’ com imagens de cidades mineiras. Belo Horizonte, Tiradentes, Ouro Preto, Diamantina e Divinópolis retratavam marcos da batalha incansável entre os/as trabalhadores/as em educação, e a tirania do Governo, desde a constitucionalidade da lei do Piso por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), até o descumprimento do acordo com a lei estadual impondo o subsídio à categoria.
Ao final, vestidas de preto, 11 crianças fizeram uma dança pedindo à categoria fé e esperança, pois diante das dificuldades, as pessoas podem ver quem são, de fato, os vencedores dessa luta. A bandeira de Divinópolis foi carregada entre o público como homenagem do Sind-UTE/MG pelo centenário da cidade.
Assembleia EstadualA coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, iniciou a Assembleia fazendo uma retrospectiva de todo o processo de reuniões com o Governo do Estado, realizado em quatro reuniões este ano (26/04, 17/05, 31/05 e 04/06) e nas quais foram feitos questionamentos sobre vários assuntos pontuais. Entre eles: o pagamento do período reposto da greve, férias-prêmio, reposicionamento por tempo de serviço, quadro de escola, 1/3 da jornada, violência no ambiente escolar, turmas multisseriadas, reposição da Greve Nacional (devido ao OC nº 81/2012) e processo administrativo disciplinar como instrumento de perseguição à categoria.
Na ocasião, Beatriz Cerqueira esclareceu à categoria sobre todos os retornos e as questões que ainda aguardam respostas.
Com os pratos levantados, a militância foi unânime e aprovou as propostas e encaminhamentos levados (ver calendário de lutas).
Além das ações pontuais, a categoria optou pela construção de um movimento de paralisações no segundo semestre de 2012. Mais de 3 mil trabalhadores/as participaram da Assembleia Estadual, vindos de caravanas de diversas regiões do estado.
A assembleia decidiu ainda        que a situação do Ipsemg será discutida com a comunidade escolar através de um abaixo-assinado que será articulado em todo o estado. Outra questão definida pela categoria é continuar a denúncia de fusão de turmas e o diálogo com a comunidade escolar será intensificado.
A unificação de ações com as categorias em greve como os profissionais das universidades federais e a discussão das eleições 2012 também são ações que serão coordenadas pelo sindicato.
Participação - Foi a primeira reunião da categoria que o professor de Ciências da Escola Estadual São Vicente, de Divinópolis, e morador da cidade, Marciel Batista da Silva, pode participar. De acordo com ele, a regionalização dos encontros é muito importante para conscientizar a categoria de sua força de mobilização.
“Não tenho oportunidade de ir às assembleias na capital, mas sempre acompanho as ações da nossa categoria através do site do Sindicato. Fomos muito massacrados pelo governo Anastasia, que nos surrupiou com o subsídio e tirou nossas vantagens. Às vezes, as pessoas ficam desmotivadas por pensarem que a greve não trouxe os benefícios que queríamos, mas nos fez enxergar a força que nós temos. Juntos, somos mais”, afirmou Marciel.
Na mesma linha de raciocínio, a professora da Escola Estadual Dora Matarazzo, de Lavras, Rosilene Marques declarou: “precisamos nos unir cada vez mais e acredito que os representantes do nosso Sindicato, da nossa categoria, são motivadores e nos encorajam à luta. O interior carece de informações e, muitas vezes, os próprios políticos locais impedem que isso aconteça”, considerou.
Para a coordenadora do Departamento de Políticas Sociais e Imprensa da subsede de Divinópolis, Maria Catarina de Vale, trata-se de um importante referencial para o resgate da luta e organização na região. “As pessoas precisavam ver e ouvir companheiros de outras localidades, pessoas que viajam quilômetros para se manifestar à uma causa comum. A partir dessas assembleias itinerantes, nós vamos revitalizar não só uma luta geopolítica, mas uma luta justa e igualitária por nossos direitos.”
RegionalizaçãoMobilizar a categoria e trabalhar o sentimento de união. Assim, o coordenador da subsede do Sind-UTE/MG em Campo Belo, e professor da Escola Estadual João Melo Gomide, em Perdões, Vauvenárgues Lopes, define o objetivo de levar as Assembleias Estaduais para as diversas regiões do Estado.
“Além disso, fazer o encontro fora de BH é muito importante para colocarmos a categoria mais perto da nossa real situação, e mostrarmos ao Governo que não estamos satisfeitos com esse sistema de remuneração. Desde quando iniciamos as assembleias regionais, estamos mobilizando mais pessoas e vemos esse sentimento crescer a cada ato realizado pelos educadores da região”, explicou.
A conselheira da subsede de Bom Despacho, Kátia Foschetti Gontijo, completa. “A reunião regional facilita o acesso das pessoas sindicalizadas, além de ser importante para a região, pois nos motiva mais a estarmos mobilizados”.
Para a coordenadora da subsede de Divinópolis e professora na Escola Estadual Padre Matias Lobato, Giselda Santos, a mobilização da militância motiva a ações cada vez mais ostensivas na luta pelos direitos dos educadores. “Estou impressionada com o número de pessoas aqui presentes. Elas vieram de muito longe, em pequenas caravanas. O chamado foi feito de escola em escola e a região o atendeu. Agora, estamos mais fortalecidos e, com isso, o movimento cresce mais”, declarou.
Apoio aos educadoresApoio contínuo e incessante à causa dos trabalhadores em educação de Minas Gerais. Esse cenário tem se mostrado cada vez mais visível às assembleias da categoria, e pode ser visto novamente com o apoio das lideranças sindicais, estudantis, de classe e políticas contrárias à tentativa de desmoralização do Sind-UTE/MG pelo Governo do Estado perante a sociedade.
Em Divinópolis, os trabalhadores em educação receberam diversos apoios e solidariedade na luta por melhores condições salariais, de carreira e trabalho. Na opinião do diretor e tesoureiro da Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Belo Horizonte (Ames-BH), Lincoln Emmanuel de Mello, o grande desafio, hoje, é a falta de valorização profissional do professor.
“Em Minas Gerais, é um absurdo termos um governador que abre mais vaga na cadeia do que na universidade estadual. E nas escolas do Ensino Médio, nossa grade curricular não tem professor valorizado. Por isso, partilhamos da luta do educador que, além de não ter o seu Piso Salarial garantido, ainda sofre com assédio moral”, diz.
O vice-presidente da CUT-MG, Carlos Magno de Freitas, parabenizou o Sind-UTE/MG pela união e manifestou total apoio da entidade aos educadores. “Estamos juntos nessa luta com nossos companheiros da educação. Trabalhador é trabalhador e, por isso, somos todos solidários. Nossa Central está sempre à disposição de todas as categorias, a exemplo da educação, saúde, eletricidade. Precisamos nos unir contra esse governo estadual neoliberal que tira nossos direitos”, afirmou.
Da mesma forma, o diretor estadual do Sind-Saúde, Reginaldo Tomás Silva, ressaltou o exemplo de mobilização dos/as trabalhadores/as em educação. “Os professores deram uma verdadeira aula de mobilização e união de classes. E nós aprendemos bem a lição. Vejo com muita utilidade e bons olhos essa união de luta da classe trabalhadora, independentemente se são eletricitários, bancários, da saúde ou educadores. O que importa é nossa união”, declarou.
“Os educadores de Minas Gerais estão de parabéns, sobretudo, pela capacidade de organização, força, coragem e união para enfrentar esse governo tucano que nega os direitos primordiais do/a trabalhador/a. Precisamos ficar atentos, porque aqui já está amadurecendo a campanha do Aécio Neves para presidente em 2014, e isso será um prejuízo para o país”, destacou.
Caravanas marcam presençaConfira algumas caravanas que participaram da Assembleia Estadual: Além Paraíba, Almenara, Betim, Bom Despacho, Belo Horizonte, Betim, Brasilândia de Minas, Buritizeiro, Candeias, Campestre, Campo do Meio, Capelinha, Carangola, Cataguases, Caratinga, Conselheiro Lafaete, Contagem, Corinto, Coronel Fabriciano, Diamantina, Divinópolis, Dom Cavati, Esmeraldas, Espinosa, Frutal, Governador Valadares, Guacuí, Iapu, Itabira, Itaobim, Itaúna, Itaguara, Ipaba, Ipatinga, Ituitutaba, Jaíba, Janaúba, Januária, João Monlevade, Juiz de Fora, Lagoa da Prata, Lavras, Leopoldina, Manga, Manhuaçu, Malacacheta, Matipó, Mato Verde, Monte Carmelo, Montes Claros, Muriaé, Nanuque, Nova Serrana, Passos, Paracatu, Patrocínio, Perdões, Pirapora, Pompeu, Ponte Noiva, Porteirinha, Riachinho, Rubelita, Salinas, Santa Luzia, Santa Bárbara, São José da Lapa, São João Del Rey, Sete Lagoas, Serra dos Aimorés, Teófilo Otoni, Ubá, Ubaporanga, Uberaba, Uberlândia, Unaí, Vargem Alegre, Varginha, Varzelândia, Vespasiano e Virgem da Lapa.
 Calendário de Luta- 28/06“Dia D” dos/as aposentados/as nas sedes das Superintendências Regionais de Ensino (SRE) com o protocolo do requerimento sobre tempo de serviço e formação.
De 18/06 a 10/08Realização de assembleias locais para discussão de um movimento de paralisação no 2º semestre de 2012.
AgostoRealização de uma Caravana em defesa da educação pública com a participação da comunidade escolar e movimentos sociais.
- 11/08Assembleia Estadual em Pirapora.
- 06/09Participar da greve nacional
De junho a agostoRealização de Encontros regionais de formação